Cada um escolhe por qual janela olhar

quarta-feira, 24 de março de 2010

Verdade

Dizem que ando meio desconfiada. Cheia de descrença e falta de fé. Falam que pareço que fui perdendo a emoção de sentir, aos poucos. Agora tudo perdeu a graça. Perdeu-se aquele brilho intenso que eu carregava no ohar. A minha suavidade ao falar do amor. Não poetizo mais, não sonho mais. Quase não acredito mais. Perguntam-me para onde foi a doçura do meu abraço. E eu digo que eles estão fazendo birra, lá no cantinho do meu quarto. Andam abatidos, sem querer sair de lá.
E toda essa desconfiança, de onde vem? É que cansei de fantasiar, sabe? Comecei a duvidar desses amores baratos que estão disponíveis por aí. Encontramos facilmente um a cada esquina. Jogados numa mesa de bar, espalhados aos montes pelo bairro. São todos baratos. Decidi que não irei perder tempo com eles. Simplesmente não mais. Juram que é verdadeiro e de qualidade, mas estraga logo no primeiro mês de uso. Ou às vezes, nem funcionam.
E desses amores, eu não quero.Eis a razão de toda a minha desconfiança. Resolvi economizar. Sabe, ir juntando toda a fé, a emoção, a graça, o brilho no olhar, a suavidade, as poesias, os sonhos, a doçura e os abraços. Pa-ci-en-te-men-te. Guardando com carinho, para deixá-los transbordar na hora certa. Aí você vai ver! Vou ter um amor dos bons. Do melhor.

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