Ninguém para atravessar a cidade por mim.
Sentia falta de alguém para se prender, pois estava cansada dessa loucura que é não ter ninguém para socorrer e proteger. Os sábados passaram a se transformarem em grandes vazios que ecoavam por dentro e por fora. Não havia por quem e nem porque esperar os finais de semana. Esse tipo de saudade não existia mais em sua vida. Os dias frios eram mais frios, não tinha para quem cozinhar, as porções de sorvete foram quadriplicadas e certos filmes abolidos. Só havia a espera. Espera por alguém que precisasse dos seus carinhos, conselhos e cuidados. A espera por ligações inesperadas só para conversas bobas, mas que escondem muita coisa sentida. Alguém que a ajudasse a escolher a cor do esmalte, que a tirasse de casa e a distanciasse daquela vida frenética que estava levando. Esperava por presenças e calmarias, alegrias internas profundas, sem esquecer da liberdade e da confiança. Não deixava de viver nada que lhe era proposto, não estava estática, desesperada ou triste; só estava à espera. Esperava por alguém que costurasse estrelas no seu céu e que a ajudasse a escrever uma história bem bonita para se viver.
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