Cada um escolhe por qual janela olhar

domingo, 26 de abril de 2009

Alguém pode gentilmente, ardorosamente, rapidamente, fervorosamente, chamar a polícia? Um moço aparentemente com cara de bomzinho, todo prestativo, com alma caridosa, chegou de mansinho e me levou o que eu tinha de mais precioso. E ainda batia quando ele levou. Batia forte, acelerado. E sangrava. Fazendo um rastro vermelho molhado no chão. E sabe o buraco que ficou aqui no meu peito? É culpa dele. Toda dele. E quando eu o pegar, a sentença já estará pronta: prisão perpétua dentro de um coração feito de pedra, sem sangue, sem batidas aceleradas; um coração que não se rouba. Simplesmente, ele irá morar dentro do próprio coração.

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