Cada um escolhe por qual janela olhar

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

An empty house is not a home.

Fico rondando a casa, arrastando os pés pelo assoalho desanimadamente. A chuva cai sem parar e uma brisa fria faz meu corpo arrepiar-se. Conto cada minuto, esperando que os dias passem rápido - mas eles nunca o fazem, é claro; não quando precisamos.
Fecho os olhos e tento imaginar com todas as forças que está ao meu lado. Imagem reconfortante. Vou me lembrando aos poucos dos detalhes: o sorriso branco e radiante, a cor dos cabelos, o formato exato dos olhos. O cheiro, o calor da pele, o tom de voz, a risada alta. O modo como senta, as manias, os gestos. As mãos grandes segurando as minhas, tão pequenas se comparadas, com firmeza delicada. O peito no qual suspiro e durmo todas as noites, coração batendo contra ouvido, dando-me a segurança - e a certeza- de que está vivo. Dá a certeza do que realmente importa.
"Um ser humano é o meu amor: de músculos, de carne e osso, pele e cor".

Abro os olhos e a ilusão se vai tão fácil quanto veio, a tristeza e a saudade logo tomando seu lugar. Suspiro pesado. Volto a arrastar os pés, odiando cada hora, odiando o fato de querê-lo tanto junto comigo.


An empty house is not a home.

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