domingo, 13 de dezembro de 2009
Assim, sem explicações, nem perguntas
Eu te deixei entrar. Assim, sem explicações, nem perguntas. Não te perguntei de onde veio, e a que veio. Não quis saber do teu passado, não quis conhecer o teu antes. Eu quis o teu agora. O teu silêncio e tuas palavras não ditas, mas sentidas. Aquele teu olhar de quem estava ali para ficar, ainda que trouxesse consigo as cicatrizes do caminho. Mas eu também não quis saber delas, deixei-as para lá. Pedi para que você ficasse, sentasse e me deixasse sentir você. Falei que você não precisava me mostrar quem era, não naquele dia. Naquele dia eu só queria o teu olhar, o teu sorriso e teu corpo. Era teu pensar, o teu gosto, você. E de tanto querer, me perdi, fantasiei, me iludi. Ilusão essa que eu mesma criei e me afoguei. E me afogo, cada vez mais. Eu te deixei entrar. Assim, sem explicações, nem perguntas. Te deixei crescer em mim. E agora, o que me resta é caminhar sozinha por este labirinto de sentir que eu mesma cavei e parece não ter mais saída.
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