Cada um escolhe por qual janela olhar

quarta-feira, 16 de março de 2011

Apenas se eu fosse um garoto.

Eu amaria apenas uma mulher e faria de tudo para não magoá-la. Eu diria, incansavelmente, que os momentos com ela são perfeitos. Porque eu sei como machuca não dar importância a pequenos momentos. Mas eu sou apenas uma garota ferida. Eu seria um típico romântico a moda antiga, mas não do tipo clichê. Eu mandaria flores e bombons, escrevia cartas e espalharia bilhetes pela casa.

Se eu fosse um garoto eu jamais diria palavras duras, não usaria os seus corpos como se usa uma roupa e logo se troca. Eu não entraria em um relacionamento se não tivesse certeza que poderia de, alguma forma, retribuir o sentimento. Eu não beijaria a boca de quem me ama, somente porque ela é bonita.

Eu não teria várias namoradas, me dedicaria a apenas uma, e tentaria ser o melhor homem. Eu levaria filmes aos finais de semana e comeria pipoca com brigadeiro, essa coisa porca que elas adoram, somente para satisfazê-la. Eu a escutaria falar sobre o dia terrível de serviço, sobre os sonhos de ter uma vida profissional brilhante, eu leria os seus textos e até falaria sobre o futuro com ela.

Se eu fosse um garoto eu terminaria o namoro da forma mais digna possível. Jamais diria a ela: "você merece coisa melhor, o problema sou eu e não você". Não a deixaria pensando mil coisas, sofrendo, para que depois ela descobrisse que eu a havia traído. Eu não diria que a amo até ter certeza. Não ocuparia um lugar em que eu tivesse certeza que abandonaria a qualquer momento. Daria a liberdade a ela.

Se eu fosse um garoto seria mais humano e não colocaria o seu coração em um moedor de carne. Fecharia os olhos diante das amigas delas, não teria vontade de pegar a irmã dela. Porque eu saberia como dói uma traição desse tipo. Não esfregaria outra mulher em sua cara, para mostrar que ela me perdeu. Eu, acima de tudo, a respeitaria as lembranças passadas, como amiga, namorada e mulher.

Nenhum comentário: