Cada um escolhe por qual janela olhar

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Carnaval

O baile rolava há horas.
Ela, zonza, deixava que ele a tocasse nos seios.
Não lembra de ter caminhado até o carro.
Mas, sim, do gosto amargo de cerveja e do cheiro ácido da boca do desconhecido.Despertou ali, o sol batendo no rosto, o corpo sujo de sêmen.
Pensou: o infeliz não usou camisinha.
Olhou para o homem, o corpo recostado à porta, roncando.
Ajeitou a roupa, saiu de mansinho.
Ele continuou ali, o sol entrando na boca semi-aberta.
Ela foi até o mar próximo, abaixou-se na primeira onda,
e lavou o sexo com força.Depois se jogou na areia molhada.
Pensava: se o mar me quiser, que leve.
A maré rasa não a carregou.
Levantou quando ouviu vozes de crianças em volta.Foi seu ultimo carnaval.

Nenhum comentário: